O Natal cristão e suas origens pagãs
O Natal é, sem dúvida, a festividade religiosa mais comemorada no Brasil. No entanto, grande parte das pessoas e dos próprios Cristãos e católicos desconhecem sua origem e história vinculada a festividades pagãs.
Documentações históricas do império romano nos contam que a festa já fazia parte da vida das populações sob o domínio romano no ano de 336 d.C. Porém, não no dia 25 de dezembro, mas no dia 7 de janeiro – data em que, para vários estudiosos, teria sido o batismo de Cristo.
Foi no século IV que o dia 25 de dezembro foi adotado para comemorar o nascimento de Jesus e o dia 6 de janeiro para a comemoração da visita dos reis magos.
Historiadores e pesquisadores defendem que a data foi escolhida para “cristianizar” a festa pagã que celebrava o solstício de inverno. O solstício acontece duas vezes por ano, uma por volta do dia 21 de junho no hemisfério sul e outra no dia 22 de dezembro no hemisfério norte.
Esse é um fenômeno astronômico que marca a data de início do inverno, simbolicamente associada à passagem de vida e morte, nascimento e renascimento, que os povos antigos festejavam e comemoravam.
Foi a partir da adoção do cristianismo como religião oficial em Roma (entre 315 e 317 d.C) pelo imperador Constantino que diversas festas pagãs e cultos aos deuses romanos, como Júpiter e outros, passaram a ser combatidos, abandonados e substituídos por efemérides relacionadas à vida de Jesus e outros santos da igreja católica.
Assim, é bem provável que o dia 25 de dezembro tenha sido adotado para que essa data substituísse a festa romana que comemorava o “nascimento do deus Sol invencível”. Esse deus, sabidamente, era um dos prediletos de Constantino e finalizava exatamente o solstício de inverno ou a Saturnália (festa em honra a Saturno, que acontecia entre 17 e 22 de dezembro).
A Saturnália era uma festa muito alegre, e quando havia inclusive troca de presentes. Também no dia 25 de dezembro era comemorado o nascimento do deus persa Mitra, ou o deus do bem, do sol e da virtude, crença datada de mais de XIV séculos a.C.
O fato é que, com o passar dos séculos, as práticas e festas pagãs, que é como são denominados os não cristãos, foram praticamente extintas das culturas em todo mundo devido à perseguição fosse ou a paulatina substituição.
De concreto, o nascimento de Jesus se deu aproximadamente dois anos antes da morte do rei Herodes. A Bíblia narra que Herodes mandou matar todos os meninos com até 2 anos de idade em Belém, onde teria sido avistada a estrela, a fim de tentar se livrar do futuro rei dos Judeus.
Também na Bíblia, próximo ao nascimento de Jesus, houve o recenseamento decretado pelo imperador Otávio César Augusto, que pedia a todos os moradores do império que fossem até a sua cidade de nascimento. Dessa forma, José e Maria foram obrigados a sair de Nazaré, na Galiléia, que ficava distante cerca de 150 quilômetros de Belém, na Judéia, a fim de participar da contagem.
A dificuldade de documentos históricos e a própria datação dos evangelhos bem posteriores à passagem de Jesus geram inúmeras teorias e controvérsias.
Para nós é mais importante do que nos atermos a datas ou à possibilidade de Jesus ter nascido numa outra data, fazer como estudiosos e interessados na espiritualidade e na filosofia cristã, ou seja, nos atermos na parte moral da vida de Jesus, nos ensinamentos e nos exemplos que ele procurou nos deixar durante seu curto período de pregação e atividades junto à população.
Então, se temos o dia 25 de dezembro para refletirmos sobre Jesus, que usemos esse dia para nossa própria introspecção, para procurarmos avaliar se estamos sendo agentes de mudança, de melhora para nossa família, para as pessoas com as quais nos relacionamos no dia a dia, para com a construção de uma sociedade melhor, mais justa e mais humana.
Vamos então viver o dia do nascimento de Jesus como o dia que a maior estrela brilhou e veio ao nosso encontro para iluminar nosso caminho, nossa estrada, curando nossas chagas e mazelas, saciando nossa sede, eliminando nossa fome e acalmando nossas dores.
Vamos recordar o maior ensinamento, o reconhecimento de Deus, nosso criador. Ele nos torna irmãos em humanidade e por consequência dessa verdade, cria o amor incondicional a todos os seres do planeta.
Que no próximo dia 25, mais do que a ansiedade por presentes e valores materiais, estejamos ansiosos por angariar valores espirituais, paz de espírito e consciência de dever cumprido para com todos que estão próximos de nós.
E que Jesus nos abençoe, ilumine e nos proteja. Um feliz Natal com Jesus no coração.
Fonte: Adriano de Araújo (adriano@ribeiraopretoonline.com.br) Ribeirão Preto Online
Por Pb Elnatan G Lima.